Vote 1,2,3?

Votar na Irlanda tem algumas curiosidades interessantes... A que nos chamou a atenção imediatamente não foi o facto de nos tentarem convencer a votar num número, mas... a cara de parvo do senhor da direita, qual Tino de Rãs!

Porém, esta história dos números, não sendo certamente única não deixa de ser original. Em vez de nos limitarmos a escolher um candidato como em Portugal, os Irlandeses obrigam-se a um esforço eleitoral bastante mais significativo: é-lhes pedido que ordenem, por ordem de preferência, todos os candidatos do boletim. Assim, no caso do candidato nº1 possuir os votos suficientes, em plena contagem, para assegurar matematicamente um lugar no parlamento (número de votantes a dividir pelo número de lugares + 1), os boletins que aparecerem posteriormente com este candidato à cabeça das preferências, passam a atribuir o seu voto à segunda escolha. A regra não é assim tão simples, mas dá para ter uma ideia.

Em segundo lugar, estas importante eleições (numa altura em que o Governo começa a perder adeptos na mesma medida que abranda o crescimento económico e as pessoas começam a perder a paciência com a falta de infraestruturas) tem lugar a uma QUINTA-FEIRA. Dizem os entendidos que é a estratégia para conseguir que os eleitores mais novos não votem (a maioria está contra o actual Governo e moram tradicionalmente longe de onde estão recenseados), arrecadando os votos dos mais velhos, faixa etária mais favorável à continuidade do actual partido no poder.

Como não há duas sem três, é do conhecimento público que se investiu cerca de 60 milhões de euros num sistema para o voto electrónico. Azar dos azares, o sistema possuía bugs graves (deve ser parecido com o nosso de colocação de professores do ano passado) e este ano será utilizado o método tradicional.

Apesar de não temos direito a voto na Irlanda, não queremos deixar de reiterar a nossa simpatia ao Cllr Thomas Welby!